17 março 2015

Fatos escondidos



 Oi, meu nome é .... Bom, vamos deixar o nome pro final rs'

 Nascida em um lar religioso, principalmente da parte do meu pai. Crente fiel da Assembleia de Deus. Fui uma garota "normal" como todas as outras da minha idade. Eu costumava frequentar junto com meu pai os cultos de domingo, eu era da escolinha dominical. Durante meu crescimento, fui conhecendo novas amizades, amigas que frequentavam outras denominações, e quis conhecer. Lembro-me que já frequentei mais de 5 denominações diferentes rs'.

 Aos 12 anos, quando mudei de escola, começaram as influências. Como já havia dito, eu nasci em um lar religioso, onde meu pai era muito "chato" referente à roupas curtas, tipo de musicas que eu ouvia, entre outras coisas. Porém, com minhas novas amizades, me senti livre para fazer o que jamais tive coragem. Eu gostava de aprontar na escola, gostava de arrumar briguinhas, o engraçado, que as brigas nunca eram relacionadas a mim, eu que sempre quis defender os outros, e isso não fazia sentido algum, mas para mim fazia! Me tornava cada vez mais popular, os meninos gostavam de mim, e a maioria das meninas me odiavam. Depois de um longo tempo aprontando na escola, minhas amigas mudaram de período, cada dia que se passava eu ficava mais sozinha, e era difícil fazer novas amizades, sendo que eu já não tinha uma imagem legal rs'. Comecei a me enturmar, na época em que o funk era o sucesso do momento, lá estava eu "a funkeira" com os Mc's da escola, passei muito tempo sendo assim, tirava fotos absurdas para postar no Orkut rs'! Sim, naquela época eu utilizava o Orkut.
 Eu gostava de um garoto, o garoto que eu dei o meu primeiro beijo, foi aqui perto de casa, em uma viela, escondida de tudo e de todos. Ah! Naquele dia, me senti como nunca havia me sentido antes, borboletas no estômago, eu acho que estava "amando". De fato, me entreguei aquele sentimento, não conseguia esconder o quanto gostava do tal "Galego", loiro dos olhos claros. Fiz dele o meu "tudo". Mas como previsto, aquilo foi somente uma ilusão, é claro que ele não iria querer ficar comigo para sempre, além do mais, não me dei o valor, fui fácil para ele, por ter me encantado com sua beleza, ele só quis realizar o meu desejo, e não o dele. Foram somente alguns dias juntos, e acabou! Pra ele acabou, mas para mim foi o inicio de uma batalha para tê-lo novamente.
 Por diversas vezes fui humilhada, quando ele passava com uma "amiga" minha, aos beijos e abraços. Fazia de tudo para chamar atenção dele, me rebaixei ao ridículo. Eu já não aguentava mais o fato de tê-lo tão perto de mim, e ao mesmo tempo tão longe. Comecei a "tentar" preencher aquela dor de um amor não correspondido com outros garotos da escola. Eu era envolvida em diversos "esquemas" de namorinhos, e em um desses esquemas, conheci o meu segundo "amor", ficamos juntos por meses, dando início à um namoro, fizemos tudo conforme achávamos correto. Ele veio até meus pais e pediu para o meu pai para que liberasse o nosso namoro, e assim foi. Meu pai liberou o nosso namoro. Ficamos felizes naquele momento, ele ficou mais feliz do que eu, além do mais, eu ainda gostava do "galego". Não consegui esconder por muito tempo, e resolvi terminar o nosso relacionamento depois de exatamente 3 meses juntos com a autorização dos meus pais. Foi triste pra ele, eu reconheço. Superei.
 Vivendo a vida, descobrindo novos "horizontes" comecei a frequentar baladas. Aos 12 anos de idade, já estava vivendo precipitadamente a minha juventude. Conheci as bebidas, o cigarro, e sem perceber me desvalorizava cada vez mais. Mas não me importava, enquanto eu estivesse chamando atenção eu não parava! Matinês, boates, baile funk nas comunidades, sem me importar com nada, eu só queria curtir.
 Quando eu chegava em casa, a felicidade se escondia, era como se todos aquelas risadas, aquela diversão, aqueles garotos me elogiando, ficassem do lado de fora do portão de casa. Eu só sabia chorar, chorar e chorar. Nada mais me fazia feliz. Eu vivia uma farsa!
 Lembro-me que em uma balada, conheci um rapaz, ficamos a noite e a madrugada toda juntos, dançamos juntos, bebemos juntos, e passei meu telefone pra ele. Quando cheguei em casa, fiquei segurando o celular esperando ansiosamente para que ele me ligasse, e nada ! Superei.
 Na outra semana, lá estava eu novamente, curtindo a noitada! Advinha quem encontro? O mesmo rapaz. Ele veio querendo me abraçar, me fiz de "difícil" achando que ele iria se redimir, idiota! Ele caiu fora, e eu fiquei lá, olhando enquanto ele se divertia com as outras garotas. Me senti um lixo, mais uma vez, aquela cena se repetia na minha vida. Na hora de ir embora, o relógio marcava 06h da manhã, o meu pai foi me buscar, que desgosto eu estava dando à ele. Um pai rigoroso, que sempre prezou pela minha imagem, olhou pra mim e perguntou com a maior feição de "alegria":
 - E ai filha, beijou quantos hoje?
Aquela pergunta me fez enxergar o quão errada, desvalorizada, lixo, eu estava.
Decidi abandonar as baladas, foi o que eu fiz. Porém ainda me sentia triste e vazia. Comecei a me vestir no estilo Emo, achava legal o fato de usar roupas pretas, escutar Rock's melancólico, ficar isolada.
 Nessa época, minha tia me ofereceu um "emprego", comecei a cuidar dos meus primos meio período, enquanto minha prima estava na escola. Minha prima, companheira das baladas rs'. Ela sempre matava aula, e voltava pra ficar comigo na casa dela enquanto as crianças dormiam, ela sempre trazia 2 maços de cigarros. Um para mim, outro para ela. Fumávamos um maço apenas na parte da manhã. Ninguém sabia, começamos a nos cortar, à principio eu me cortava porque era normal pessoas do estilo Emo se cortar, mas depois comecei a me cortar para aliviar o vazio que eu tinha dentro de mim, não fazia cortes profundos, pois a intenção não era me matar, eu me cortava para "transmitir" a dor de dentro para os cortes.
  Após alguns anos, conheci outro rapaz, começamos a namorar, 3 anos mais velho do que eu, ele maior de idade e eu ainda menor, não me sentia a vontade com ele, não me respeitava como eu queria. Ficamos juntos 3 meses, e foi o fim. Ele ficou totalmente revoltado, chegou a dar murros na parede dizendo:
 - EU NÃO QUERO TERMINAR !!!!
Mas foi essa minha decisão, me senti muito mal, pois não estava feliz com ninguém, só sabia fazer as pessoas sofrerem, aliás, como uma pessoa que não está bem com ela mesma, poderá fazer alguém feliz? Hoje eu sei que isso é impossível. Cansei, decidi parar, parei de magoar as pessoas, e cheguei a dizer que iria ficar sozinha para sempre.
 Passei a ficar sem compromissos, e no ano de 2011, quando comecei a estudar em um colégio particular da cidade, conheci um garoto bem de vida, porém muito infeliz. Família destruída. Nesse ano, também voltei à Igreja Universal, de onde eu jamais deveria ter saído.
 Aprendendo sobre a fé, aprendendo a ajudar as pessoas, ingenuamente me ofereci para ajudar esse garoto, começamos a nos gostar, e mais uma vez deu-se inicio a mais um relacionamento. Fomos juntos à igreja, comecei a ter o desejo de ter o Espirito Santo, ser obreira, ajudar as pessoas, mas percebi que aquele relacionamento me impedia. Resolvi conversar numa boa com ele, explicar os meus objetivos, e propus que ele esperasse que nós dois tivéssemos o Espirito Santo, porém ele não quis. Pois bem, terminei mais um relacionamento. E não me arrependo disso.
 Após essas decisões, comecei a tomar decisões inteligentes para em fim receber o Espirito Santo.
Cheguei no ano de 2011 na IURD, por volta do mês de fevereiro, era Jejum de Daniel. Sem entender muito bem do que se tratava, me lancei. Ao término do Jejum, não recebi o Espirito Santo, fiquei sem entender o porquê, pedi orientação à uma obreira, segui o que fui orientada, e após duas semanas Recebi o Espírito Santo.
 Passei por um grande processo de amadurecimento espiritual, notei que as mudanças vieram de dentro para fora, entrei para a FJU como secretária, e hoje sou Obreira a 2 anos, candidata ao altar.
Eu sou a Roberta Cavalcante de Albuquerque Ferreira.

Essa foi a minha história de superação interior, passei por muitas dificuldades além dessa, mas espero ajudá-las.
Acredite, que pra você tem jeito. Eu acredito em você, assim como acreditaram em mim.

Um enorme abraço <3

3 comentários:

  1. Mt forte. Sua história de vida relata a realidade dos dias de hoje. Muitas pessoas tentam preencher o vazio com coisas momentâneas.
    Vejo o agir de Deus em sua vida, mas antes dEle agir eu vi o seu agir, colocando-O em primeiro lugar, deixando de fazer suas vontades para fazer às dEle. Mt forte.
    Realmente Deus não escolhe os mais capacitados, mas SEMPRE capacita os seus escolhidos.

    ResponderExcluir
  2. Nossa parecia que eu estava lendo um livro , e vendo uma personagem que eu não conheço , uma verdadeira utopia , muito forte sua historia de superação obreira , espero um dia ser a mulher V , que a senhora se tornou!

    ResponderExcluir